a minha vida com acne
Atualizado: 8 de jul. de 2020
Parece piada mas, a partir do momento em que eu decidi criar um canal no youtube para falar sobre acne adulta, a minha acne começou a desaparecer. Pelo menos momentaneamente, porque eu nunca poderei ter 100% de certeza de que ela foi embora para sempre.
Pode ter sido a combinação de diversos fatores, como por exemplo o alivio que dá criar um desabafo público sobre o que a gente tá sentindo, os produtos que finalmente começaram a fazer efeito na minha pele, e a quarentena que me deu o presente do tempo para prestar mais atenção no que como durante o dia.
O problema é que a acne é uma doença crônica e, por mais controlada que ela esteja, sempre existe a possibilidade dela voltar aí com força total por qualquer motivo. Há uns quatro anos eu não queria aceitar quando a dermatologista me disse que eu tinha uma doença crônica, mas resulta que eu tive que aprender a viver com ela. E foram 4 longos anos.
A coisa mais idiota da acne é que ela é uma doença idiota, que não te faz mal nenhum além de te deixar com a pele toda ferrada. Isso não seria exatamente um problema tão absurdo se não fosse a pressão social por ter a pele perfeita, lisa, sem cicatrizes nem rugas, e de preferência branca. Mulher negra com acne na mídia, você já viu alguma? Pois é.
Eu gosto de criar conteúdo para a Internet, sempre gostei. É a segunda coisa que eu gosto mais de fazer na vida depois de ser cozinheira. Mas por anos eu tive esse problema com a minha autoimagem, que me fazia pensar que eu não poderia dar minha cara à tapa por aí por que afinal, ela estava cheia de acne. Até que eu decidi aparecer com acne e tudo e de repente, BUM, cadê a acne?
Não vou cantar glória até cumprir pelo menos um ano de cara limpa (por enquanto estamos na semana 3, haha), mas as cicatrizes e manchas continuam aí pra me lembrar de tudo o que eu passei com essa maledeta doença. E é por isso que eu criei esse canal, e é por isso que eu acho importante falar sobre isso. E se eu cheguei até aqui, depois de anos com a certeza de que nunca iria melhorar, deve existir alguma maneira de trazer mais mulheres pro lado de cá.
O primeiro passo é mais difícil: se aceitar e amar a sua pele exatamente do jeito que ela é.